Técnicas de enumeração de e-mails

A enumeração de e-mails é uma técnica utilizada para identificar e validar endereços de e-mail existentes em um domínio específico. Seja para fins de teste de penetração, marketing ou simplesmente por curiosidade, entender como essa técnica funciona é essencial.

Um invasor pode usar os e-mails detectados para procurar senhas vazadas por exemplo, realizar testes de engenharia social ou para realizar testes de força bruta.

Dominios e formato

O primeiro passo para uma boa enumeração é descobrir os dominios do alvo. E a palavra dominios está no plural de forma proposital: Pense que grandes empresas costumam possuir mais de um dominio, as vezes possuem algumas join ventures ou filiais que podem ser alvos e fazem parte da cadeia de ataque, os quais devem ser também enumerados a depender do escopo. Para identificar os dominios a utilização de buscadores como o Google é uma das melhores opções. Exemplo, supondo que o alvo seja uma empresa chamada EmpresaTeste. Ao buscar no Google por este nome, você provavlemente irá se deparar com o site dessa empresa, suponhamos que seja empresateste.com.br. Na grande maioria das vezes o dominio do e-mail é o mesmo do dominio utilizado no site da empresa. O proximo passo é ainda utilizando o proprio Google, seria fazer uma busca pelas strings “email” “empresateste.com.br”.

Provavemente irão aparecer alguns poucos e-mals nesta busca, principalmente e-mails de sac, contato e atendimento. Isso porém já ajuda a entender se estamos no caminho correto e começar a entender o formato de e-mails.

Linkedin Scraping

LinkedIn scraping envolve o uso de técnicas manuais e/ou ferramentas automatizadas/scripts para extrair dados valiosos, como perfis de usuários, nome e sobrenome e informações de empresas da plataforma LinkedIn. Esses dados extraídos podem ser usados para diversos fins, incluindo geração listas de e-mails.

De forma manual, este scraping pode ser feito indo na busca do Linkedin, procurando pela empresa alvo, no nosso caso é a Empresa Teste

Após acessar o profile da empresa alvo, basta ir na guia “Pessoas”

Ao acessar a guia “Pessoas” você terá acesso a todas as pessoas que se declararam como usuários que trabalham naquela organização. Mais para frente veremos depois como validar estes e-mails. A partir dai, basta montar uma lista com o nome e sobrenome das pessoas que forem obtidas. Vamos supor que a gente obteve os nomes:

  • Maria Flor
  • João das Coves
  • José Brocolis Cenoura

Com esses nomes, pode-se utiliza o Excel,e criar uma planilha com a seguinte estrutura:

Pode-se separar as palavras por espaço

E criar uma lista de possíveis nomes e sobrenomes, caso entenda-se que o formato do e-mail do alvo envolva esses dados Pode-se então criar a planilha com a estrutura: coluna nome, coluna sobrenome, coluna @, coluna dominio e uma coluna concatenando:

Já temos uma lista com 4 possíveis e-mails.

Para retirar a acentuação, pode-se remover manualmente ou usando substituição do excel ou por aqui:

https://www.4devs.com.br/remover_acentos_de_um_texto

Para quem não quiser fazer um processo manual e estiver buscando uma ferramenta que ajude, tem essas duas:

https://phantombuster.com/automations/linkedin/3295/linkedin-company-employees-export

https://chromewebstore.google.com/detail/company-employees-export/lamfphejfohdnnkhfcmhholhkffkeblb

Ferramentas para buscar e-mails

Algumas ferramentas para buscar emails vazados e aumentar consideravelmente a base de e-mails:

https://phonebook.cz

O phonebook é uma ferramenta muito boa e totalmente gratuita. É necessário criar uma conta e estar logado para realizar uma busca. Além de buscar endereços de e-mail, ele também permite buscar URLs e dominios.

O hunter io também é uma boa ferramenta mas o acesso é limitado demais na versão gratuita.

https://hunter.io

Algumas outras ferramentas que valem a pena serem olhadas:

https://www.maltego.com

https://rocketreach.co

https://finder.io

Validando e-mail

Caso o alvo utilize ambiente Office365, que é um dos mais comuns, existe uma técnica que não gera praticamente logs onde é possível enumerar quais e-mails são válidos. Para isso eu desenvolvi um script para ajudar nesta tarefa que pode ser obtido no meu github:

https://github.com/piffaretti/o365_EmailValidator

Para quem quiser entender o processo por trás do script, a microsoft permite validar e-mails na rota:

https://<tenantname>-my.sharepoint.com/personal/<your user name>/_layouts/15/onedrive.aspx

Se você fizer um curl para essa rota e ele retornar 403, o email existe, se retornar 402 não existe. No lugar do <your user name> é o e-mail que está tentando validar, porém substituindo os pontos e os arrobas por underline, exemplo:

maria.flores@emprestateste.com.br

ficaria neste caso: maria_flores_empresateste_com_br

Outro serviço que pode ser usado para verificar emails e neste caso serve para qualquer provedor é o:

https://hunter.io/verify

Algumas outras ferramentas interessantes:

https://github.com/laramies/theHarvester

https://github.com/sharsil/mailcat

Previsões para a cibersegurança em 2024

Eu costumeiramente trago previsões de cyber no começo do ano. Eu sempre uso o Gartner como base, mas dessa vez fiz diferente e me basiei no relatório que o Google fez, o Google Cybersecurity Forecast 2024.

A tecnologia avança, as ameaças evoluem, os invasores mudam suas táticas e técnicas
e procedimentos (TTPs), e as empresas precisam se adaptar se quiserem acompanhar. Uma aposta minha de cara é que vamos ver muitos golpes esse ano em redes sociais e whatsapp usando voz clonada ou videos feitos com I.A tentando convencer ainda mais as vitimas. Mas agora sem mais delongas, vamos as previsões de cyber para 2024 que eu gostaria de destacar:

Phishings cada vez mais aprimorados, profissionais e escalonados

A inteligência artificial generativa e os grandes modelos de linguagem (LLMs) estão destinados a serem empregados em atividades de phishing, SMS e outras formas de engenharia social, com o objetivo de aprimorar a autenticidade do conteúdo e do material, incluindo voz e vídeo. Além disso, os LLMs terão a capacidade de traduzir e aprimorar traduções, aumentando a dificuldade de os usuários identificarem tentativas de phishing com base no texto utilizado.

Esses LLMs permitirão que invasores manipulem conteúdos legítimos, gerando versões modificadas que mantêm a aparência, fluidez e leitura do conteudo original. Usando a IA, os invasores também poderão executar essas campanhas em larga escala. Ao obter acesso a informações como nomes, organizações, cargos, departamentos e até dados de saúde, um invasor poderá direcionar um grande número de pessoas com e-mails altamente personalizados, convincentes e aparentemente pessoais.

Operações Escalaveis – Fake news

Um prompt inteligente de IA generativa pode ser o suficiente para que invasores criem notícias falsas, chamadas telefônicas simuladas interativas e conteúdos falsos em fotos e vídeos, todos gerados por IA. Essas operações podem infiltrar-se cada vez mais no ciclo de notícias. Com a expansão dessas atividades de desinformação, surge o perigo de erodir a confiança do público nas notícias e informações online, levando as pessoas a se tornarem mais céticas ou até mesmo perderem a confiança no que veem e leem.

Essa tendência pode complicar a interação entre empresas, governos e seus públicos no futuro próximo. Adversários já estão explorando a IA generativa, e é esperado que o uso dessas ferramentas aumente ao longo do tempo.

Gen AI e LLMs como serviço

LLMs e outras ferramentas de geração de IA serão cada vez mais desenvolvidas e oferecidas como um serviço para ajudar os invasores com comprometimentos de alvos. Eles serão oferecidos em fóruns clandestinos como um serviço pago e usados para diversos fins, como campanhas de phishing e disseminação de desinformação.
Já vimos invasores terem sucesso com outras ofertas clandestinas como serviço, incluindo ransomware usado em operações de crimes cibernéticos.

Defesas sendo também aprimoradas

os times de Threat Intel, SOC, CSIRT, o blue team no geral, irão empregar a inteligência artificial (IA) e tecnologias correlatas para reforçar a detecção, resposta e atribuição de adversários em grande escala, além de acelerar tarefas demoradas, como engenharia reversa de malware. Um importante cenário de uso da IA será a orientação das organizações na síntese e contextualização de grandes volumes de dados em inteligência de ameaças, permitindo a geração de detecções acionáveis e outras análises. Prevê-se que em 2024, a IA e a geração de IA capacitarão os profissionais a ampliar sua capacidade analítica e inferir ações apropriadas a partir desses extensos conjuntos de dados.

Essa transformação representa um dos maiores avanços para as organizações que utilizam a IA para fins de segurança nos próximos anos, auxiliando na redução da carga de trabalho, na gestão da sobrecarga de ameaças e na mitigação da crescente escassez de talentos.

Uso contínuo de vulnerabilidades zero-day

Desde 2012, temos observado um aumento significativo no uso de vulnerabilidades de dia zero, e 2023 está a caminho de superar o recorde estabelecido em 2021. Projetamos um aumento contínuo no uso de dia zero em 2024, tanto por invasores de estados-nação quanto por grupos cybercriminosos. Uma razão para essa tendência é a busca dos invasores por manter acesso persistente ao ambiente por períodos prolongados, explorando vulnerabilidades de dia zero, incluindo dispositivos de borda, para estender esse acesso. Isso contrasta com métodos convencionais, como phishing e implantação de malware, que podem ser mais prontamente detectados por equipes e soluções de segurança. Os invasores buscam alternativas, e dispositivos de borda e software de virtualização tornam-se particularmente atrativos por serem difíceis de monitorar. Os criminosos cibernéticos reconhecem que o uso de vulnerabilidades de dia zero pode aumentar o número de vítimas, contribuindo para eventos recentes de extorsão em massa, onde organizações são mais propensas a pagar altos valores em resgates ou extorsões.

Ascensão do hacktivismo

Em 2022 e 2023, observamos um ressurgimento no volume de atividades hacktivistas, especialmente associadas a atores expressando apoio à Rússia ou Ucrânia durante a invasão russa em curso. Da mesma forma, o recente conflito entre Hamas e Israel foi acompanhado por uma intensificação da atividade hacktivista. A atividade observada inclui ataques de negação de serviço distribuído (DDoS), vazamentos de dados e desfigurações. Destaca-se que, em ambos os contextos, a empresa Mandiant está monitorando grupos ostensivos de hacktivistas que demonstram habilidades acima da média e alinhamento significativo com narrativas e objetivos do estado que afirmam apoiar.

Ataques direcionados a ambientes híbridos e multicloud amadurecem e se tornam mais impactantes

Em 2023, a Mandiant colaborou com a VMware para remediar uma vulnerabilidade de dia zero que permitia ao atacante executar código em máquinas virtuais (VMs) de hóspedes. Embora o impacto dessa vulnerabilidade tenha sido limitado a um único hipervisor, demonstrou que atores ameaçadores estavam direcionando os ataques aos ambientes de nuvem em busca de maneiras de estabelecer persistência e se movimentar lateralmente. Em 2024, veremos essas técnicas evoluírem para ultrapassar fronteiras entre ambientes de nuvem. Os atores ameaçadores buscarão explorar configurações incorretas e questões de identidade para se moverem lateralmente entre diferentes ambientes de nuvem.

Serviços servless na nuvem serão mais usados por atacantes

Em 2023, observamos um aumento na implementação de criptomineradores em infraestruturas serverless. Para 2024, prevemos que criminosos cibernéticos e operadores cibernéticos utilizarão mais intensamente as tecnologias serverless na nuvem. Os atacantes migrarão para o serverless pelos mesmos motivos pelos quais os desenvolvedores estão adotando essa abordagem; ela proporciona maior escalabilidade, flexibilidade e pode ser implementada usando ferramentas automatizadas.

As operações de extorsão continuam

Operações de extorsão continuam sendo provavelmente a forma mais impactante de crime cibernético para empresas e sociedades em todo o mundo. Apesar de uma estagnação no crescimento durante 2022, anúncios de dados roubados e estimativas de receita de extorsão indicam que essa ameaça está crescendo em 2023, e prevemos que esse crescimento continuará em 2024.

Espionagem e “botnets adormecidas”

Grupos de espionagem criarão “botnets adormecidos” a partir de dispositivos vulneráveis da Internet das Coisas, pequenos escritórios domésticos (SOHO) e dispositivos e roteadores no final de sua vida útil, utilizando uma mistura de exploits antigos e novos. Essas “botnets adormecidas” serão utilizadas conforme necessário e descartadas uma vez detectadas ou não mais úteis, dificultando os esforços de rastreamento e atribuição de atividades. Essas “botnets adormecidas” serão diferentes das botnets tradicionais, nas quais o número de dispositivos era usado para amplificar ataques, como ataques DDoS.

Renascimento de técnicas antigas

Prevemos que, além de incorporar novas técnicas evasivas, alguns atacantes recorrerão a técnicas mais antigas que receberam pouca atenção. Exemplos incluem o uso de funções SystemFunction não documentadas e uma técnica anti-máquina virtual (anti-VM) detalhada em um livro de análise de malware de 2012. Essas práticas, anteriormente menos conhecidas, podem ressurgir como estratégias eficazes de evasão de detecção.

Ataques à cadeia de suprimentos por meio de gerenciadores de pacotes de software

Ataques à cadeia de fornecimento contra o NPM(node JS) destacam a ameaça aos desenvolvedores, onde pacotes maliciosos podem comprometer o código-fonte. Esses ataques de baixo custo e alto impacto tendem a aumentar, especialmente em gerenciadores de pacotes menos monitorados como PyPI. A vigilância na monitorização dessas fontes de bibliotecas de software é essencial.

Prevalência crescente do crime cibernético via celular

Em 2024, prevemos que os cibercriminosos ou golpistas continuarão a empregar novas táticas de engenharia social, como a simulação de serviços de ajuda doméstica, mensagens de contas falsas de redes sociais, bancos ou funcionários do governo, e alertas pop-up falsificados para induzir as vítimas a instalar aplicativos maliciosos em seus computadores.

Conclusão


Embora as novas tecnologias ajudem as equipes de segurança, elas também poderão expandir a superfície de ataque. Em 2024, o mundo em rápida evolução da geração de IA proporcionará aos atacantes novas formas de conduzir campanhas de phishing convincentes e operações em grande escala. No entanto, os defensores usarão as mesmas tecnologias para fortalecer a detecção e
resposta e, de forma mais ampla, reduzir o trabalho árduo, abordar a sobrecarga de ameaças e superar a crescente lacuna de competências.

Golpe falso emprego digital

Um golpe que não é novo, mas veio com força principalmente agora em agosto de 2023, é o de contatos via WhatsApp e Telegram prometendo falsos empregos na internet, bastando fazer tarefas simples como seguir perfis ou avaliar empresas com 5 estrelas no Google e em troca ter ganhos por dia.

Recebi de alguns colegas, e eu mesmo recebi no meu telefone contatos referente a esse golpe. Decidi seguir toda a cadeia do golpe e entender como funciona e explicar aqui para que ninguém caia.

O golpe começa com um contato normalmente de números de fora do Brasil, via whatsapp, seguem alguns prints:

Alguns amigos me mandaram print de outros contatos mas que no final levam ao mesmo golpe:

No meu caso, eu recebi o da pesquisa, respondi a pesquisa, conforme print abaixo:

Vejam que ele indica adicionar um contato no telegram para receber os 20 reais.

Adicionei o contato, e de fato recebi um PIX de 20 reais!

Ao falar com a suposta “recepcionista” no telegram, a mesma solicita mais alguns dados prometendo me depositar 20 reais:

Para a minha surpresa, de fato recebi uns 5 minutos depois um PIX no valor de 20 reais:

Como eu tinha o nome completo de quem fez o deposito, puxei os dados em uma base vazada. Era uma morada de periferia, neste tipo de golpe é comum utilizar contas laranjas.

Logo em seguida essa recepcionista no telegram me oferece mais “trabalhos”, com uma promessa de que eu ganharia muito mais. Essas eram as tarefas:

Vejam que existem 12 tarefas por dia. Todas com horário. Algumas estão escrito Tarefa pré-paga. É ai que está o golpe, vocês irão entender na sequência. Outro ponto que chama atenção que é tudo muito bem organizado e bem feito.

Disse que queria participar e então recebi a tarefa 3, por conta do horário. A tal “recepcionista” me inseriu em um grupo de Telegram, que tinha em torno de umas 1800 pessoas. Não tenho print, pois fui removido e não tirei evidência a tempo. Mas posso afirmar que a grande maioria do grupo são bots, que interagem e escrevem em português, como se estivessem fazendo as tarefas e recebendo dinheiro. Mas também haviam outras vitimas no grupo. Ao terminar a tarefa 3, que valia 10 reais, a recepcionista me avisou que ela só paga quando acumulo 20 reais. Chegou então depois a tarefa 4, que também era de seguir 3 perfis no Instagram, eu fiz, e recebi mais um PIX de 20 reais, no mesmo nome do pix anterior.

Quando chegou a tarefa 5, que é uma tarefa PRÉ PAGA, a recepcionista então em explicou o seguinte:

Eu deveria investir uma destas quantias e receber os referentes lucros da tabela. Mas que eu poderia receber de 2 a 5 pedidos de investimento, com valores “sorteados”. Se eu desistisse no meio do caminho, eu perderia tudo. Falei que queria fazer o de 100 reais. A recepcionista então me mandou eu me cadastrar em uma plataforma que e

https://paradigmsvip.com/

Neste portal para eu me cadastrar eu deveria inserir o Código de convite 753610

Realizado o cadastro, feito o PIX de 100 reais para um chave que ela me informou, apareceu de fato 100 reais de credito na plataforma. Ela pede então que eu adicione um outro contato no telegram, que seria um professor de investimento. Esse “professor” me instrui a pegar os 100 reais, comprar bitcoin e setar algumas configurações e esperar 1 min. Após feito os passos que ele pede, os 100 reais viraram 130 reais na plataforma.

Ele avisa então que o algoritmo dele sorteou mais uma segunda operação, e o valor dos investimentos mudam. O mais baixo é 350 reais. Falei que queria o mais baixo, já arriscando a perder nessa altura 100+350 (450) reais. Fiz o deposito, ele me instruiu a fazer um novo investimento e no final investi 450 e eles viraram 1066 na plataforma. Como mencionei, a plataforma imita muito day trade:

Ele disse que aquela rodada se encerraria com 2 investimentos apenas. E para minha surpresa recebi um PIX de 1066:

Depois veio mais algumas tarefas de 10 reais, continuei fazendo e nisso continuei recebendo pix de 20 reais ao acumular duas tarefas e veio mais uma tarefa pre paga. A recepcionista disse que é obrigado a fazer a pre paga para continuar nas de 10 reais, que você não pode pular tarefas. Ela ainda explica que quem trabalha bem, fazendo tudo, ainda aumento mais ainda os ganhos conforme esta imagem:

Resolvi fazer essa nova tarefa pre paga e fiz o pagamento de 100 reais novamente, viraram 130. O professor avisa que vai ter uma segunda rodada, e aparece agora um investimento que começa em 6 mil reais o mais baixo, prometendo ao final virar quase 20 mil. Obviamente parei ai. Fui no grupo do telegram, e consegui achar um usuário que tinha escrito no grupo que havia sofrido golpe, mas um bot rapidamente apagou a mensagem, foi tempo suficiente para eu ver e chamar no privado. Ele me relatou o que eu já sabia, que em uma dada rodada ele depositou um valor de 4 mil, para receber 25 mil que o suposto “professor” fez ele ganhar, e ai o dinheiro dele sumiu da plataforma e o contato bloqueou ele.

Eu me dei bem no final das contas, recebi um dinheiro pois sai do golpe na hora certa. Mas eu achei sinceramente o golpe extremamente bem feito. Eu mesmo sendo profissional de segurança, sentia vontade de continuar no esquema, pois tudo parecia muito fácil e funcional, recebendo de fato as transferências. Além de ser tudo muito organizado, as recepcionistas atenciosas, as artes feitas para as tarefas bem organizadas. O grupo os usuários escrevem lá de forma organizada também, com vários prints de que eles estavam recebendo o pagamento. Tudo fake.

Acredito que esse golpe vai vim com tudo e muita gente vá cair e por isso resolvi escrever esse post. Cuidado pessoal, em primeiro lugar não recomendo que ninguém tente o que eu tentei, e que bloqueie imediatamente contatos que venham com falsos ganhos em seu whatsapp. Não existe dinheiro fácil, o que vem fácil vai fácil. O deposito de maior valor que eu recebi, veio em nome de uma empresa (Kendo serviços digitais) que ao pesquisar vi já inúmeras reclamações no reclame aqui de golpe:

https://www.reclameaqui.com.br/empresa/kendo-servicos-digitais/

Lendo os relatos, descobri que além dessa fraude que eu contei aqui, eles tem alguma plataforma de jogo que aplica golpes também.

Fiquem atentos galera!

Como descobrir que alguém te citou na internet

Atualmente tenho feito diversas palestras, podcasts e em uma dessas participações acabei recebendo um alerta no meu e-mail, que eu havia configurado anos atrás, não me lembrava mais, mas basicamente dizia que meu nome tinha cito citado em um site. Olhando o alerta, era relacionado a um podcast que eu gravei em parceria com a Microsoft e a Rádio CBN. Percebi que esse alerta é super útil e serve tanto para quando seu nome for citado, mas também para qualquer termo, como por exemplo, “pentest”.

Para configurar o alerta, basta ir no Google Alertas, acessado pela página: https://google.com/alerts

Na página digite o termo desejado e clique em “Criar Alerta”.

Depois de criado o alerta, qualquer pessoa que cite o termo digitado na internet, você receberá um aviso por e-mail. No meu caso que eu configurei meu nome, facilita um pouco pois eu tenho um sobrenome pouco comum, então sejam criteriosos no caso de optarem no monitoramento de termos que gerem muitos conteúdos.

O alerta chega no e-mail no seguinte formato:

Espero que tenham gostado da dica!

Custo de violação de dados em 2021

Muitas empresas se perguntam, se alguém me “hackear”, podem obter todos os dados, mas … o que estou perdendo?

Devemos explicar que uma violação de dados revela que a segurança de sua empresa (completa) está em risco E estes “vazamentos” são evidências, basicamente, que a segurança que você está usando em sua infra-estrutura, aplicação, etc, não está adequada.

Voltando a pergunta “o que estou perdendo?”, podemos em linhas gerais citar:

  • Perda de confiança e reputação (danos a imagem)
    • Você expõe ao mercado que sua organização não tem uma boa segurança.
    • Eles podem fazer de novo quando quiserem, lembre-se que você não sabe como eles fizeram e eles vão tentar deixar o mínimo de pistas possível!
    • Os dados extraídos dos vazamentos podem ser usados ​​para atacar usuários em outras plataformas.
    • Se for uma empresa que fornece serviços e o ataque compromete a entrega/prestação desse serviço, a reputação da empresa para novos contratos ou até mesmo manter os atuais podera estar ameaçada
    • A cada dia produz mais medo saber que um grupo ou organização criminosa é dona dos seus dados, pois, com eles, pode comprometer a sua economia e o seu bem-estar. (Lembre-se que esses dados são vendidos ou transferidos para outras entidades para serem exploradas, na forma de SPAM, campanhas de phishing, roubo, etc.)
  • Perdas econômicas diretas
    • Cai o serviço que você oferece.
    • Custo de restabelecimento do serviço, aqui incluo o que vem em alta que é o pagamento de resgate em casos de Ransomware, vide exemplo da JBS que desembolsou a bagatela de 11 milhões de dólares para voltar a sua operação que foi afetada por Ransomware do grupo Revil
    • Possível compensação por reclamações de usuários.
    • Perdas econômicas derivadas do fato de os usuários não realizarem mais procedimentos por meio de sua plataforma. (Publicidade, assinaturas ..)
    • Leis de proteção de dados onde multas podem ser aplicadas no caso de vazamento
  • Perdas econômicas indiretas.
    • Pesquisa e investigação para determinar as falhas que causaram o vazamento.
    • Tempo investido para restabelecer os serviços + tempo investido para pesquisar e corrigir a falha de segurança (caso você a encontre).
    • Provavelmente o desdobramento exigirá um investimento que você não estava preparado seja com consultorias, seja com equipamentos/tecnologia para mitigar/reduzir o risco.

Com certeza uma coisa eu digo: Prevenir o incêndio custa muito menos que consertar o prédio que tá pegando fogo! Muitas empresas acabam não investindo em segurança e só pensam/investem no tema depois que ocorre um incidente.

A IBM gerou um relatório que possui diversas métricas interessantes. Agora respondendo em números a nossa pergunta, quanto estou perdendo, segundo o report da IBM o custo de um vazamento de informações é em média de 4,24 milhões de dólares. Já ataques de ramsomware tem um custo médio de 4.62 milhões de dólares.

Alguns dados relevantes do relatório:

  • O setor com o maior custo em termos de violação de dados é o de Serviços de Saúde .
  • 20% das violações de dados foram causadas por credenciais comprometidas e em segundo lugar 17% através de phishing
  • O número médio de dias necessários para encontrar a vulnerabilidade foi de 287 dias .
  • Empresas que não possuem automações e Inteligência Artificial em seus processos de segurança gastaram 80% a mais nos vazamentos

Segue o link do relatório: Relatório de custo de uma violação de dados da IBM

Ataque ao TSE 2018 – Análise na ótica de segurança

Recentemente foi disponibilizado os autos de investigação da PF da invasão ocorrida no TSE em abril de 2018.

Sem entrar em um discurso politico, me prendendo somente a temática de segurança da informação, analisei os detalhes do incidente que são contados no relatório e resolvi trazer pontos de lições aprendidas.

DOWNLOAD do documento

Resumo do ataque (bem resumo mesmo)

O documento inicia falando sobre comprometimento de um web server do Rio Grande do Norte e movimentação para servidores de outras regionais. Foram feitos diversos scans de rede, depois é citado a máquina da regional TRE-AP foi acessada com um usuário que deveria estar desativado e com senha de fácil dedução. O documento segue dizendo que houve a utilização de uma webshell para comprometer uma das máquinas. Também é mostrado um acesso a uma máquina utilizando o Teamviwer. O documento segue citando que o webshell foi instalado em outras máquinas. Em seguida é citado que existia uma VPN destinada a uma empresa de manutenção de centrais telefônicas. na sequencia, é falado sobre tentativas de acesso a portas Oracle e também de scans de rede focados nas portas 80, 443, 8080, 8081, 8180, 21 e 3389. Depois é citado que foram identificados ataques a procura de fragilidades no PHP. Na sequencia é falado sobre acesso ao ILO, software da HP para gerenciamento de máquinas.

Mais para frente o documento fala sobre obtenção de senhas que não eram triviais e de uma suspeita de obtenção da base do AD com posterior quebra das senhas. O atacante cita que obteve acesso por vários meses na infra do TSE e que ele percebeu nas trocas de e-mail que cortaram o acesso a VPN, porém ele manteve o acesso. Foi identificado um servidor que fazia a compilação do código fonte das urnas utilizando jenkins sem senha.

Lições

Diante do resumo que fiz acima, alguns pontos que podemos destacar como lições que podemos tomar na ótica de segurança:

Usuário legado – Importante sempre estar fazendo sanitizações em usuários locais e na base do AD. Se possível evitar a utilização de usuário local, já que é algo difícil de gerenciar. Aconselho utilizar em ambiente Windows o LAPS da Microsoft para gestão de usuários administradores locais e de suas credenciais. Além disso para o AD pode-se fazer buscas periódicas em atributos como de “lastlogon”, estipular um prazo que se adeque ao se negocio, mas uma sugestão seria algo em torno de 7 meses, já que podem ter mulheres grávidas que se afastam pelo período de 6 meses e emendam férias. Passado esse timming, pode-se criar algum tipo de script ou processo manual para bloqueio do usuário e movimentação para uma quarentena. Caso você tenha um poder ferramental ou investimentos, uma ferramenta de gestão de identidades conseguiria lidar bem com esse processo.

Senha de Fácil dedução – Senha seja ela fácil ou difícil, por si só é um conceito que não dá mas para ser usado como único fator. É importante que se utilize o conceito de duplo fator de autenticação. Uma recomendação é que minimamente sistemas externos tenham 100% implementado 2FA para autenticação. Contas de serviço/robôs e afins que não podem digitar um 2FA, podem entrar numa regra condicional com IP de origem bem amarrado para que somente essas exceções possam interagir externamente sem 2FA. Obviamente o ideal é ter 2FA em tudo, mas partindo de estratégias por etapas, acredito que essa parte de fechar bem os acessos e sistemas externos já seja uma boa estratégia.

Scan de rede – Este ponto é um que vejo uma dificuldade maior nas empresas em geral para mitigar. Minha sugestão que uma das coisas que pode jogar ao seu favor é o seu endpoint, isso mesmo seu antivírus. Existem muitas soluções de antivírus que possuem a feature de detectar e barrar scans de rede e que funcionam perfeitamente. Outro ponto, na verdade até mais adequado, é o próprio firewall com módulos de segurança corretamente configurados. Uma ferramenta de IPS/IDS também ajuda nesse assunto. Scans de rede devem ser permitidos somente de servidores com essa função, como por exemplo o pessoal de gestão de vulnerabilidades.

Webshell – Importante aqui alguns processos. Um deles é a realização constante de pentest que assegurem que não sejam possíveis de serem feitos upload de arquivos maliciosos. Outra camada importante de proteção é o próprio endpoint que deve ter a capacidade de detectar a inserção desse tipo de arquivo. WAF seria uma camada adicional que pode ajudar também nessa temática.

Teamviwer – Aqui a minha sugestão é: quais ferramentas de acesso remoto você permite em sua empresa? Depois de definido quais, em que redes você o permite? A utilização de ferramentas como essa se não forem bem implantadas trazem grande risco. Sugiro regras fortes de firewall bloqueando todas essas ferramentas e liberar somente em redes especificas, garantindo além disso que somente usuários com alto privilegio possa ter a capacidade de instalação em servidores e em estações também.

Software de gerenciamento de servidores – Tome cuidado com softwares como Ilo e IDRAC principalmente. O IDRAC é algo manjado em testes de invasão, onde a maioria dos atacantes vão tentar de cara a famosa senha padrão root-calvin. Se possível faça single sign on nessas plataformas e garanta um login corporativo com 2FA ou então minimamente certifique-se que nenhuma senha de fácil dedução ou padrão está sendo utilizada.

Base do AD – Neste ponto não foi claro que realmente houve obtenção da base do AD, até acho que podem ter sido utilizado outras técnicas como obtenção de senha em memória, já que quebra de senha exigiria tempo e se a sena fosse realmente muito boa como foi citado, exigiria bastante tempo. Existe também a possibilidade de obtenção da senha em texto claro nas famosas anotações, arquivos txt ou as famosas planilhas com diversas senhas anotadas. Se prendendo a temática de replicação da base do AD, aqui um ponto é que para tal ação é necessário ter um usuário Domain Admin. Um chefe meu me falou uma vez uma frase que eu tomo como um mantra: Domain Admin você tem que conseguir contar na palma de uma mão, se passar disso tem algo errado. Enterprise e Schema Admin então não deveria ter ninguém inserido nunca. Para isso siga muito estritamente o conceito de menor privilégio possível. Só se eleve quando necessário. Outra lição é , servidores de AD, devem ser estritamente protegidos, com acessos muito restrito e dificultados, de preferência com regras de acesso a nível de firewall bem restrita. Outra sugestão é, faça ao menos 1 vez ao ano ataques de força bruta contra a sua base! Eu já fiz um post sobre isso por aqui.

Outros pontos – Foi citado por exemplo uso de um jenkins aberto, importante que que o processo de gestão de vulnerabilidades seja efetivo e que sempre busque essas falhas, as que vejo mais comuns são FTP com acesso anônimo, telnet, RDP com guest habilitado, mongodb sem senha, ELK sem senha.

Também foi falado sobre uma VPN que foi utilizada, a qual era destinada a uma empresa terceira. Minha sugestão, quanto mais flores para cuidar mais complexo fica seu jardim! Menos as vezes é mais, no meu ponto de vista uma arquitetura bacana é uma VPN única para tudo com as devidas regras para cada publico que nela se conecta, assim você tem uma coisa só pra cuidar. Você vai ter regras específicas de acessos para funcionários, outras para administradores e outras para terceiros e demais.

Segregação de rede é muito importante, inclusive na temática de ransomware que tem crescido em larga escala, nesse tipo de ataque, segregação de rede é uma das grandes camadas de proteção. No caso do TSE uma segregação de rede mais adequada teria evitado ou pelo menos dificultado a movimentação lateral.

Outro ponto é resposta de incidentes efetiva. Foi citado que foi feito a derrubada da VPN mas que o acesso foi mantido pois não era por ali que o hacker estava entrando. Para isso é necessário como primeiro passo se investir em um time sólido e com conhecimento, além disso ter o ferramental adequado e logs além de um bom SIEM para uma boa analise e uma resposta rápida. Pessoas, processos e ferramentas, isso vale para tudo!

O conceito de jump server também merece ser citado. Pelo documento parece que houve muita movimentação lateral com acesso RDP direto de um lugar ao outro. Importante ter uma arquitetura com conceito de jump server, onde usuários só podem acessar a rede de servidores a partir de servidores específicos. Tendo investimento, ferramentas de gerenciamento de acessos são grandes aliados (EX: Cyberark ou senha segura).

Por último mas não menos importante: Tenha bons processos de gestão de vulnerabilidades e pentest implementados!

E por fim…

Meu intuito no post não é apontar defeitos na rede do TSE ou de sua equipe, mas sim a partir da analise do ocorrido o que podemos tirar de melhorias que outras empresas que tenham problemas parecidos possam refletir. Diversos pontos fiz explicações mais rápidas, mas é bom eu explicar que foi um resumo de ações, existem diversas outras estratégias que demandaria um texto muito longo.

Script para contar a quantidade de IPs em um ou vários ranges

Olá pessoal, dessa vez um post mais curtinho. Estou disponibilizando aqui um script em Python que lê uma lista de ranges de IP, um range por linha e conta quantos IPs tem ao total.

O script pode ser útil quando receber um escopo de IPs em um pentest ou em um scan de vulnerabilidades e quiser saber ao todo quantos IPs tem.

Link para o script:

https://github.com/piffaretti/contaip.py

Força Bruta nos hashes do AD

Olá! Pessoal, uma dica bacana que eu trago, apesar de utilizar uma técnica antiga mas que vejo poucas pessoas fazendo proativamente, que é a de força bruta em hashes do AD.

Você sabe se os funcionários estão realmente criando senhas boas? Como você mede isso? Não custa dizer, senha por si só já era a muito tempo, você sempre precisa combinar isso com um segundo fator. Mas sabemos que nas empresas não é 100% das coisas que costumam terem a possibilidade de exigir esse segundo fator e é ai que mora o perigo! Basta descobrir 1 senha e uma porta onde dê pra entrar somente com ela e pronto!

A sugestão que eu dou é que seja feito ao menos 1 vez no ano testes de força bruta nos hashes do AD para que você veja o quanto de conscientização você precisa trabalhar na empresa ou até mudar politicas. Eu desconheço um benchmarking de porcentagem de quebra de senha, mas pela minha experiência de anos fazendo isso eu diria para trabalhar com os seguinte valores:

  • Entre 0 e 8% – Está num nível de maturidade otimo
  • Entre 8 e 20% – Está bom, mas precisa trablhar um pouco ainda na conscientização
  • Entre 20% e 40% – Precisa trabalhar forte na conscientização, com campanhas mais pesadas. É hora de começar a ligar o radar!
  • Acima de 40% – Significa que alguma coisa bem errada está acontecendo, hora de ligar o alerto vermelho. Eu diaria que você precisa rever primeiro toda a sua politica de senha. Aumentar a quantidade de caracteres minimos exigidos, aumentar a complexidade de senha como um todo, e além disso fazer campanhas pesadas de conscietização.

Pegando os hashes

Para pegar os hashes no AD, existem diversas formas e ferramentas. Porém aqui estou no olhar de que é um teste acordado, onde alguem que tenha acesso ao AD irá extrair esses hashes. Para isso a forma mais simples na minha opnião é usando ntdsutil. Caso queira saber mais sobre outras ferramentas segue aqui um otimo material de referência:

Para executar o ntdsutil, basta alguem com privilégio de admin no AD rodar no CMD com privilegio elevado os seguintes comandos:

ntdsutil
activate instance ntds
ifm
create full C:\ntdsutil
quit
quit

Após executar o comando, serão geradas 2 pastas:

Active Directory e registry

Após feito o dump deverá transformar os arquivos no formato para a força bruta.

Para isso usaremos uma outra ferramenta, o secretsdump. O mesmo pode ser baixado clicando aqui:

https://github.com/SecureAuthCorp/impacket

Após instalado, segue a linha de comando:

secretsdump.py -system ARQUIVO_SYSTEM -ntds ARQUIVO_ntds.dit LOCAL -outputfile credentials.txt

O arquivo que for gerado já está no formato correto para a tentativa de quebra.

Força Bruta

Para o ataque de força bruta efetivamente falando, a primeira coisa é decidir que tipo de ataque você quer fazer, se um ataque de dicionário ou de rainbow table.

Não vou me aprofundar aqui na explicação, mas basicamente o Rainbow Tables é uma tabela de hashes, ou seja, será feito um teste só de “cara crachá”, um teste de comparação. Já no ataque de dicionário você vai fazer processar o calculo de trasnformar cada palavra/senha que está no seu dicionário no formato de hash que está tentando quebrar e comparar.

A vantagem do rainbow table é a velocidade, que é infinitamente mais rápido. Em contrapartida você vai precisar de muito mais espaço em disco pois você já vai ter que gerar sua rainbow table com as regras aplicadas. Iremos falar logo a frente sobre regras.

O dicionário é mais lento mas tem a vantagem de ocupar menos espaço e de ser maliavél, você aplica as regras que quiser no tempo que desejar com mais facilidade. Para os meus testes eu costumo usar mais ataque de dicionario e é baseado nele que vou continuar minha explicação.

Após escolhido a técnica, você deve escolher a ferramenta. Existem algumas, hashcat, john, hydra. Eu considero o hashcat como a melhor ferramenta disparado. Não vou me alongar aqui nos motivos, apenas acreditem em mim 🙂 rsrsrs !

Proximo passo é o hardware! Sim caro leitor, tentar rodar um teste de força bruta num processador Celeron da vida você vai sofrer!

O ideal é que você tenha um equipamento com uma placa gráfica, assim você pode inclusive somente usar o poder de processamento da sua placa de vídeo e seu computador fica com o processador intacto. Você também pode optar por pegar uma super máquina em cloud, numa AWS da vida e afins, usar só por tempo determinado dessa atividade, as vezes o custo compensa.

Eu no caso costumo fazer os testes em um computador da minha atual empresa que possuia seguinte configuração:

NVIDIA Quadro M2200 – 4GB GDDR5

Windows  10

Desempenho: 8256.5 Milhões de Hashes por segundo

Uma dica, o hashcat é todo por interface de linha de comando. Mas você pode baixar o hashkiller, uma ferramenta que vai te prover uma interface gráfica para o seu hashcat e facilitar muito a sua vida.

https://hashkiller.io/download

Você já tem quase tudo que precisa. Agora falta o mais importante: O Dicionário!. O seu sucesso vai depender praticamente disso, de ter um bom dicionário!

Aonde eu consigo bons dicionarios? Eu prefiro dizer que o melhor dicionário é aquele que você mesmo cria! Precisa dedicar tempo, paciência e criativade. Em linhas gerias dicas que eu dou: busque por dicinário aurelio, nomes de time de futebol, girias, palavrões, nomes, sobrenomes, usar os proprios logins e nomes dos proprios funcionários que constarem no proprio dump do AD, nome de filme, nome de personagem, desenho, frases de religião, nome de deuses, nomes de anjos, cidades, paises, comidas,marcas, cor, animais, nome de sistemas da sa empresa, palavras usuais da empresa, nome da empresa e de suas filiais/join ventures e por ai vai. Coloque tudo em um TXT, tudo em caixa baixa de preferência. Sanitize caracteres como Ç ou assentuações. Sanitize também as linhas duplicadas. Complemente seu dicionário com dicionários de internet. Um bem famoso é o rockyou, que já vem no Kali.

DICA: busque por wordlist no github, e você vai achar várias! Pode buscar por wordlist PT-BR que vai achar bastante em português também.

Depois de montado o seu dicionário basta fazer os testes combinando o seu dicionário com as rules do hashcat, além disso utilizar a técnica de apendar arquivos na frente e atrás funcionam muito bem, por exemplo, você pode criar um segundo arquivo TXT com as palavras: 123, 321, @123, @321 .. Aqui sua imaginação é quem manda. E mandar combinar o dicionario que você montou com esse segundo TXT.

Você pode encontrar boas rules no github também. Eu já acho as que vem no hashcat muito boas.

Eu considero pela minha experiência que um bom dicionário é aquele que é rico de palavras da cultura do pais do usuário que você está quebrando a senha + a maior quantidade de palavras possíveis que possam ser usuais + boas regras e boas combinações + um certo entedimento de como as pessoas pensam, como geralmente as pessoas criaram as suas senhas e isso só a experiência ao longo do tempo irá lhe responder, a combinação de todos esses fatores lhe trará sucesso na sua quebra de senhas.

Analisando os resultados

Sugiro que na etapa anterior você anote o tempo de execução de cada tipo de teste que você fizer para que você gere uma métrica do tipo: Em X horas foi possivel quebrar Y senhas.

Com as senhas quebradas, o proximo ponto é sanitizar a sua base. Verificar dos hashes quebrados, quais usuarios são contas habilitadas e quais estão desabilitadas. Quebrar senha de usuario desabilitado não é muito útil, e portanto deveria ser expurgado da sua contabilização. Após sanitizar sua lista, ai sim você poderá dar inicio a sua analise estatistica.

Com as senhas quebradas em mãos, coloque todas as senhas em um arquivo txt. Uma ferramenta excelente para fazer analise estatistica das senhas é o PIPAL:

https://github.com/digininja/pipal

Se algum leitor conhecer alguma parecida, por favor inclusive peço me indicar, mas essa é a melhor que conheço. Ela vai gerar dados bem riscos, como top 10 senhas entre outros.

Por fim, gere uma apresentação com os gráficos e apresente a quem seja de interesse, dependendo da % de senhas quebradas, tome as medidas de proteção que melhores sem encaixarem na sua estratégia. Ao se adotar isso como um processo continuo, você poderá também gerar estatisticas de reincidências, que é o usuário que teve a senha quebrada por 2 anos consecutivos, e esse funcionário você pode trabalhar com uma conscientização mais especifica.

Espero que tenham gostado das dicas, sei que não é nada muito novo, mas apesar disso eu realmente não vejo as empresas praticando esse tipo de teste com uma frequência estabelecida e gerando insumos que gerem um valor para o aumento da sua maturidade de segurança. Fica a dica!

Top tecnologias estratégicas para 2021 segundo o Gartner

O Gartner lança anulamente um relatório com as principais tendências de tecnologia estratégica, e o report deste ano destacam as tendências que irão gerar oportunidades e interrupções significativas nos próximos cinco a 10 anos. Selecionadas por seu potencial transformador, as tendências deste ano se enquadram em três temas: Centricidade nas pessoas, independência de localização e entrega resiliente. Os líderes de TI devem decidir que combinação dessas tendências gerará mais inovação e estratégia para sua empresa.

Centricidade nas pessoas: Apesar da pandemia ter mudado a forma como
muitas pessoas trabalham e interagem com organizações, as pessoas
ainda estão no centro de todos os negócios e precisam de
processos digitalizados para operar no ambiente de hoje.

Independência de localização: O COVID-19 mudou para onde
funcionários, clientes, fornecedores e organizações
estejam fisicamente. Independência de localização
requer uma mudança de tecnologia para suportar esta nova versão
de negócios.

Entrega resiliente: seja uma pandemia ou recessão,
a volatilidade existe no mundo.


CENTRICIDADE NAS PESSOAS

Internet of Behaviors (IoB): Aqui o Gartner descreve esse temos como a coleta de dados pessoais para serem processados e utilizados de volta para inflenciar no seu comportamento. Aqui entra uma questão social, ético e de priviacidade muito grande , mas que vem de forma crescente num mundo onde Big Data está acelerado.

Experiência total: Aqui é a junção da multiexperiência (MX), experiência do cliente (CX), experiência do funcionário (EX) e experiência do usuário (UX), e os vincula para criar uma melhor experiência geral. Muito na linha de cadê vez mais agregar vários dados e extrair informações com mais potencialidade

Melhorar a privacidade: Aqui o Gartner destaca 3 subtópicos: Criar um ambiente confiável, incluindo os terceiros, processamento e análise de forma descentralizada e por último a recuperação de informação de forma privada utilizando a transformação de dados e algoritmos antes do processamento ou análise da informação. Especilamente no Brasil, é o ano da LGPD e e esse tema de privacidade virá cadê vez mais forte.


INDEPENDÊNCIA DE LOCALIDADE

Cloud distribuida: Aqui o Gartner foca na questão da nuvem publica, que pode ajudar inclusive na questão de privacidade, já que seus dados podem estar armazenados em qualquer lugar do mundo de sua escolha, facilitando as leis de privacidade. Além disso ele destaca que a utilização das nuvens publicas ajudaram as empresas a amnterem suas operações com menor de depência de uma localidade física específica.

Operar de qualquer lugar: O modelo deve oferecer experiências únicas de valor agregado. Forner uma experiência digital contínua e escalável requer mudanças na infraestrutura de tecnologia, práticas de gestão,
políticas de segurança e governança e funcionários e modelos de engajamento do cliente.

Cybersecurity mesh: A malha de cibersegurança é uma arquitetura distribuída abordagem de segurança cibernética escalável, flexível e confiável ao controle. Aqui eu destacaria o poder de elasticidade/escalação de operação de segurança, mediante as lições aprendidas nos modelos impostos pela pandemia de 2020.


ENTREGA RESILIENTE

Combinação de negócios inteligentes: Muitos processos de negócios eram muito frágeis para rapidamente
se adaptar e eles simplesmente quebraram durante a pandemia.
Durante o processo de reconstrução, os líderes devem projetar uma arquitetura que:
• Permite um melhor acesso às informações
• Pode aumentar essas informações com novos insights
• É combinável, modular e pode mudar e responder mais rapidamente conforme as decisões são tomadas

Engenharia de IA: Os projetos de IA (Inteligência Artificial) muitas vezes falham devido a problemas de manutenção, escalabilidade e governança. No entanto, uma robusta engenharia de IA e estratégia irá facilitar o desempenho, escalabilidade, interpretabilidade e confiabilidade dos modelos de IA ao mesmo tempo em que oferece o valor total de Investimentos em IA.

Hyperautomação: é um processo no qual as empresas automatizam os processos de negócios e TI o quanto for possível, usando ferramentas como IA, aprendizado de máquina, software orientado a eventos, processo robótico, automação e outros tipos de ferramentas de automação. A hiperautomação é irreversível e
inevitável. Tudo que pode e deve ser automatizado será automatizado.



MINHAS CONSIDERAÇÕES

Os itens que eu gostaria de destacar como apostas para esse ano de 2021 é a qestão da privicaidade onde leis de proteção de dados cada vêz mais operantes e em contrapartida a aposta na Internet do comportameto (IoB) onde cada vez mais nossos dados pessoais serão “vendidos” para anlise de empresas e governos.

Com relação a estratégia dos gestores de TI para esse ano, eu aposto fortemente na questão da hiperautomatização, onde deve-se sim acelar e apostar mais fichas na automatização das mais diversas tarfas que sejam possíveis. Por fim com a pandêmia acho que ficou claro que o modelo de trabalho remoto ou semipresencial veio para ficar para a maioria das empresas e nesse ano de 2021 as empresas precisam melhorar suas tecnolgias para oferecer a melhor forma e experiência e trabalho assim como reduzir seus custos operacionais nesse tipo de modelo.

Quem quiser let o relatório completo do Gartner, clique abaixo para download.

Fonte: Gartner

Detalhando as suites de cifras SSL/TLS

Olá galera, resolvi trazer um post bem completo que pode ajudar bastante a galera que se confundi com o emaranhado de sopa de letrinhas das cifras SSL/TLS e também ter um material bem completo sobre o tema.

INTRODUÇÃO

Primeiramente eu ínicio esse post dizendo que vejo muita gente, até mesmo profissionais de segurança, que confundem protocolo SSL com certificado SSL. São coisas destintas! Umas coisa é o certificado SSL, que é o famoso HTTPS que o site utiliza. Esse certificado naturalmente possui uma chave de assinatura (normalmente sha256) e uma chave publica (normalmente RSA 2048).

Aqui o foco é assunto é protocolo, que é como sua aplicação se comunica com o servidor.

TEORIA

Existem basicamente 2 tipos de protocolos utilizados, um é o SSL e o outro é o TLS.

SSL está depreciado, seja ele em qualquer versão (a ultima versão é a SSL 3). Inclusive ele aparece a algum tempo em ferramentas de scan, como o Nessus, como vulnerabilidade alta.

O protocolo SSL/TLS utilizam um pacote de criptografia. Este pacote é um conjunto de algoritmos de criptografia, cada um com uma função específica, e que juntos permitem comunicações criptografadas entre um cliente e um servidor. E como essa comunicação ocorre?

  1. O servidor tem um conjunto de criptografia configurados que ele aceita.
  2. O cliente envia ao servidor as versões de TLS / SSL, conjuntos de criptografia e métodos de compactação que ele suporta, em ordem de preferência (também conhecido como ClientHello ).
  3. O servidor escolhe entre eles o pacote mais favorável para começar a criptografar os dados (também conhecido como ServerHello ).
  4. O servidor envia seu certificado.
  5. Com a verificação do certificado (e, portanto, da identidade do servidor), uma chave secreta denominada Master Secret é negociada , levando em consideração o conjunto de cifras escolhido.
  6. O cliente envia uma mensagem criptografada ao servidor.
  7. O servidor verifica se o MAC (Message Authentication Code , usado para autenticação) está correto e se a mensagem pode ser descriptografada corretamente. 
  8. O servidor responde à mensagem, que também é verificada pelo cliente.

FERRAMENTA

Bom, já aprendemos de forma sucinta como é feito a comunicação entre cliente/servidor. E como eu verifico que cifras um servidor está aceitando negociar?

Uma das ferramentas que eu mais gosto é o SSLCAN, que vem por padrão no Kali Linux. Se for um site externo e você não for um profissional com tanto conhecimento ou acesso a um kali ou linux qualquer, pode utilizar uma ferramenta totalmente online, chamada SSL LABS.

ENTENDENDO RESULTADO DO SSLSCAN (PACOTE DE CRIPTOGRAFIA)

Ao executar o sslscan (Ex: sslscan target -p 443) o resultado visto é algo parecido com isso:

Vamos entender agora o que é cada pedaço da suite de cifras:

  • Protocolo . Indica o tipo de protocolo a utilizar, como já comentei pode ser o SSL (já obsoleto) ou TLS, com as respectivas versões.
  • Algoritmo de troca de chave (Key Exchange) . Algoritmo a ser usado para compartilhar as chaves simétricas com as quais as comunicações serão criptografadas.
  • Assinatura digital . Verifica as identidades do cliente e do servidor durante a sessão. Neste ponto, deve ser mencionado que o algoritmo RSA pode funcionar como um algoritmo de troca de chave e uma assinatura digital.
  • Algoritmo de criptografia e o comprimento da chave . Algoritmos simétricos usados ​​para criptografar a comunicação (com o comprimento correspondente de cada algoritmo).
  • Modo de criptografia . Estas são cifras de bloco. Seu uso depende do algoritmo de criptografia usado anteriormente.
  • Hash . Algoritmo de criptografia irreversível que verifica a integridade das mensagens.
  • Tamanho da curva elíptica . Esta opção não é obrigatória e depende do algoritmo de troca de chaves previamente escolhido. No exemplo acima eu coloquei 3 pontinhos pois essa cifra que escolhi de exemplo não tinha.

Agora segue uma tabela com os tipos possíveis para cada bloco desse que expliquei, pintei em amarelo o que está depreciado:

EXPLORAÇÕES – RISCO NA PRÁTICA

Abaixo vou elencar falhas divulgas que podem reforçar os problemas de se utilizar qualquer elemento desses que estão depreciados:

BEAST (Exploração do navegador contra SSL / TLS) – CVE-2011-3389

  • Descrição:
    • Permite que ataques MiTM obtenham informações de uma sessão usando SSL / TLS1.0.
    • Esta vulnerabilidade é muito complexa de explorar, pois requer força bruta para obter informações úteis.
    • É causado pelos vetores de inicialização TLS1.0 nas cifras CBC e RC4.
  • Recomendação: desative SSLv3, TLS1.0 e TLS1.1 no servidor.

CRIME (vazamento de informações de taxa de compressão facilitado) – CVE-2012-4929

  • Descrição:
    • É baseado no sequestro de sessões nos protocolos HTTPS e SPDY através do roubo de cookies de sessão, explorando a compressão HTTP com força bruta. Esta exploração é possível porque SSL / TLS e SPDY usam um algoritmo de compressão denominado DEFLATE, que elimina strings duplicadas durante a conexão entre o cliente e o servidor.
    • Apesar disso, a compactação TLS está atualmente desativada nos navegadores Chrome, Mozilla, Opera Safari e Internet Explorer, portanto, desativá-la no servidor ajudaria a proteger os usuários que usam navegadores desatualizados.
  • Recomendação: desative a compactação em TLS e HTTP no servidor.

BREACH (reconhecimento de navegador e exfiltração via compressão adaptativa de hipertexto) – CVE-2013-3587

  • Descrição:
    • É uma variante do ataque CRIME, que difere deste porque o BREACH se concentra no ataque a respostas HTTP, que usam compactação no nível HTTP (em vez de no nível TLS, como é o caso do CRIME). , que por sua vez é mais comum.
  • Link de referência de vulnerabilidade: http://breachattack.com/
  • Recomendação: desative a compactação em TLS e HTTP no servidor.

FREAK (Factoring RSA Export Keys) – CVE-2015-0204

  • Descrição:
    • É especialmente focado em servidores que aceitam RSA_EXPORT em seus conjuntos de criptografia.
    • Consiste em interceptar as comunicações HTTPS entre o cliente e o servidor e forçar o servidor a usar criptografia obsoleta ou vulnerável (ou seja, fazer downgrade) para quebrar as chaves.

Heartbleed – CVE-2014-0160

  • Descrição:
    • Permite que um atacante leia a memória de um cliente ou servidor, podendo obter as chaves privadas de um servidor SSL e comprometendo a integridade do servidor e dos usuários que se conectam a ele, além de sua confidencialidade.

Bar Mitzvah – CVE-2015-2808

  • Descrição:
    • Ele explora a geração pseudo-aleatória de chaves que o algoritmo RC4 usa e, com ela, consegue obter os primeiros 100 bytes de uma conexão TLS / SSL. 
  • Recomendação: Desative o uso do RC4.

LOGJAM – CVE-2015-4000

  • Descrição:
    • Possui uma lógica semelhante à vulnerabilidade FREAK já que ambos buscam downgrade do servidor, mas com a diferença que neste caso viola aqueles servidores que suportam DHE_EXPORT (devido a uma falha no protocolo TLS) obrigando-os a utilizar um grau menor de exportação. em conexões de 512 bits, que podem ser descriptografadas com relativa facilidade. 
  • Link de referência de vulnerabilidade: https://weakdh.org/
  • Recomendação: desative DHE_EXPORT e implemente Diffie-Hellman 2048 bits.


Lucky13 – CVE-2013-0169

  • Descrição:
    • Este ataque é mais teórico devido às condições que devem ser estabelecidas na configuração do servidor e ao grande número de requisições que devem ser feitas, explorando o uso de CBC (Cipher-Block-Chainning) e o cálculo de MAC.
  • Recomendação: Desative o uso de CBC.

POODLE – CVE-2014-3566

  • Descrição:
    • Parte disso, quando uma tentativa de conexão segura falha, ele tenta fazer a conexão novamente, mas com um protocolo de comunicação mais antigo. Dessa forma, um invasor pode causar intencionalmente erros de conexão em protocolos seguros como TLS 1.2, TLS1.1 e TLS1.0 e, assim, forçar o uso de SSL 3.0 para explorar a vulnerabilidade.
  • Recomendação: desative SSLv3, TLS1.0 e TLS1.1 no servidor.

SWEET32 – CVE-2016-2183

  • Descrição:
    • Isso tornaria mais fácil para um invasor remoto obter informações confidenciais devido a uma falha de criptografia DES / 3DES.
    • Um invasor pode realizar ataques MiTM capturando grandes quantidades de tráfego criptografado entre o servidor SSL / TLS e o cliente e recuperando os dados em texto não criptografado. 
  • Link de referência de vulnerabilidade: https://sweet32.info/
  • Recomendação: desative SSLv3, TLS1.0 e TLS1.1 no servidor.

RACCOON – CVE-2020-1968

  • Descrição:
    • Ele faz uso da troca de chaves Diffie-Hellman durante o handshake em TLS1.2 (e versões anteriores), para que ele descriptografe a conexão entre um cliente e o servidor.
    • A vulnerabilidade é encontrada na chave Premaster Secret usada na geração das chaves de criptografia na comunicação, que é usada como uma variável de entrada no KDF (Key Derivation Function). O KDF é baseado em hashes com diferentes perfis de tempo, de forma que essas medidas de tempo podem ajudar um invasor a gerar novas chaves secretas pré-mestre, encaminhando essa chave para o servidor para personificar um cliente em uma nova conexão.
    • Esse ataque é complexo de explorar, pois um grande número de solicitações deve ser feito para construir uma nova chave e, por sua vez, depende da configuração do comportamento de temporização do servidor .
  • Link de referência de vulnerabilidade: https://raccoon-attack.com/
  • Recomendação: Desative o uso de Diffie-Hellman para troca de chave (troca de chave DH) em TLS1.2 e versões anteriores.

Bom, acredito que aqui tenha um material bem completo. Gostaria de citar aqui o pessoal do Flu Project que me inspirou a construir este material, baseado em um post deles, 90% do mérito é deles 🙂